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6 de julho de 2011

Memórias de uma Menina

A primeira coisa que o meu triste cérebro decidiu registar de um modo consciente foram as rosas da vizinha. Estranho, não?

Nem por isso.

Eram flores lindas de um tom rosa avermelhado, talvez magenta, que iam embrulhando 2 ou 3 arcos de ferro colocados em cima do muro que separava a casa dela da nossa. Lembro-me de ser muito pequenina, pouco mais alta que o muro, e de ter um tique manhoso na boca.

Ora isto é a primeira coisa que me lembro em toda a minha vida. Não de uma brincadeira, não dos meus pais ou irmão, nem de algo que possa dizer "é meu" ou "é nosso".

Da minha infância lembro-me do meu disfarce de Carnaval, Capuchinho Vermelho, sempre Capuchinho Vermelho, e dos travessões de cabelo que a minha mãe me obrigava a usar "Se chegas a casa sem ele apanhas!". Lembro-me das Barbies que viviam nas suas respectivas caixas para que ficassem sempre imaculadas, lembro-me melhor ainda de brincar com elas às escondidas e lembro-me ainda melhor de ser quase sempre apanhada.

Chega a ser ridículo! Por mais que me esforce só me lembro de coisas como partir um prato no café da rua, do quintal cheio de flores amarelas e de ver TV às escondidas quando todos pensavam que eu estava a dormir.

Dizem que a infância é muito bonita... Que as crianças só têm que se preocupar em pintar sem sair do risco.

Ora eu discordo! A minha infância é o mais perto que já estive do coma. Aposto que fui feliz, mas não me lembro de nada! É muito frustrante!

As memórias desta menina não chegavam para encher um panfleto A5.

PS: Piadas relativas ao coma não são aceitáveis! ;P

2 comentários:

Anónimo disse...

gostei ;)
não vou comentar a parte do coma =P

Anónimo disse...

:D É a tal maldição de dormir a chorar! :D

S.C.