Número total de visualizações de páginas

8 de março de 2010

Dia da mulher


O seguinte texto não foi escrito por mim, mas sim por alguém que prezo muito, e como tal a seu pedido decidi publicá-lo no meu blog. Aproveitem, assimilem e aprendam.. :)

Hoje acordei com um sentimento que não tomava conta de mim há uma eternidade, aquele bichinho de querer mudar o mundo e questionar o que está à minha volta, aquela visão utópica que dominou a minha adolescência e esmoreceu-se com o passar do tempo, arrastando-me para o mundo massificado, para esta sociedade em que todos seguem o mesmo caminho sem se questionarem. E eu, tão relutante que era perante este mundo de almas perdidas, que simplesmente vagueiam porque sim, quase desesperando esbarrarem no outro para poderem sentir o calor humano que há tanto tempo anseiam, na esperança de encontrar a tão procurada felicidade, que segundo esta sociedade capitalista consegue ser alcançada com o materialismo insaciável e que no fundo não passa senão de uma mera ilusão, de uma panaceia.
No entanto, o tema que despertou em mim esta vontade de remar contra a maré, de querer ser o tronco e não a jangada, foi a celebração tão ansiada pelas mulheres, o Dia Internacional da Mulher.
Questionava-me hoje acerca do sentido que é dado a este dia e do sentido que o originou. Confesso que apenas conhecia por alto o porquê da existência deste dia e como tal decidi ir pesquisar, ficando a saber que o pouco conhecimento sobre este dia que possuía era o suficiente para assimilar a mensagem principal da sua origem. Fez-me reflectir, como é que em alturas de tanta repressão, em que reinava o fascismo, em que a mulher era sem margem para dúvida o elo mais fraco, houve quem fosse destemido o suficiente para enfrentar tudo e todos na esperança de tornar o amanhã um dia melhor para todos, em especial para as mulheres. É um óptimo exemplo de bravura e uma óptima resposta à minha eterna questão “será que eu posso fazer a diferença?” e a resposta é SIM, basta acreditar que é possível, podemos não mudar o mundo, mas podemos mudar o nosso mundo e mudar o mundo de quem nos é próximo.
Retomando o tema que me fez utilizar a escrita para expressar o que me vai na alma, o Dia Internacional da Mulher, este foi então criado no seguimento de diversas manifestações femininas por melhores condições de trabalho e pelo direito ao voto (hoje algo tão banalizado). Passando-se a celebrar, a partir de 1975, todos os anos no dia 8 de Março, as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres bem como relembrar a discriminação e a violência por que tantas mulheres continuam a sofrer.
Não podia considerar o motivo mais nobre para celebrar este dia, relembrar todos os anos que tudo aquilo que possuímos agora foi fruto da luta de alguém no nosso passado, alguém destemido, que não teve medo das consequências dos seus actos, com a esperança de que podia mudar o mundo. E eis que chego ao cerne da minha questão, “e hoje é com esse sentido que é comemorado esta data?”, a resposta é não. Infelizmente, na actualidade, este dia mais não é, do que um dia comercializado tal como o dia dos namorados, o dia do pai, da mãe, entre tantos outros. Se saírem à rua neste dia, apenas se vêem mulheres em êxtase a “celebrar o dia da mulher”, mas se lhes perguntarem qual o significado desse dia, serão poucas as que o conhecem, podendo-se mesmo ouvir respostas como “Hoje é um dia em que os homens ficam em casa e as mulheres vão sair”. Isto entristece-me e faz-me duvidar quanto à credibilidade e inteligência dessas mesmas mulheres. Qual o crédito que se pode dar quando essas mesmas senhoras, que dizem querer a igualdade (pois se os homens saem as mulheres também têm o mesmo direito) e no fundo não sabem sequer o significado tão importante desse mesmo dia. Tornar algo tão importante numa banalidade, faz-me reflectir acerca da existência de toda esta sociedade massificada em que os valores se dissipam entre mãos como se fossem uma brisa que passa e não volta, como algo sem consistência que não faz a diferença nas nossas vidas.
Quero acreditar que posso mudar o mundo, quero acreditar que será possível remar contra a corrente e trazer comigo quem quer fazer a diferença. Este Dia Internacional da Mulher é só um exemplo entre tantos outros de como a nossa sociedade está massificada, de como o materialismo está sobreposto a tudo. E, como tal, este texto é também o exemplo de alguém que não quer ser mais um neste mundo norteado pelo que a maioria impõe, mas sim pelo que aquilo que em que se acredita.
Pode este texto parecer uma utopia, mas pelo menos tentei fazer a diferença, senão o consegui, pelo menos em mim despertei a consciência do que me rodeia e de que não é esta a sociedade que quero para mim e para quem me sucederá, quero mostrar ao mundo, ao meu mundo que podemos correr atrás dos nossos sonhos e que acima de tudo nunca perder a esperança no amanhã.
Um dia vou lutar pelo que quero… hoje é o dia!

Miss G