Hoje furei um pneu.
Pronto, caus por todo o lado!
Como se troca o pneu? O carro foi limpo há pouco tempo, será que tiraram o Kit? Como raio funciona o macaco? Será que fui mesmo eu quem furou o pneu? Ai opah... a minha mãe vai ficar tão chateada... Tenho mesmo que fazer AQUELAS almôndegas espectaculares, senão estou lixada.
Contexto:
Enfim, depois do café, é hábito dar uma voltinha pela zona. Não é que haja algo novo para ver. Nem que haja algo interessante para ver. Acho que é só uma desculpa para não voltar logo para casa.
Então e onde costumamos ir?
"Opah ali aquela zona tem as estradas mais esburacadas e maltratadas de sempre. Não te parece boa ideia ir dar lá um saltinho?"
Ora o meu pai, como bom companheiro que é, disse que sim.
"Então siga!"
Lá vamos nós intercalando a 1ª com a 2ª mudança num ritmo muito pouco apelativo e tentando com o máximo cuidado evitar os buracos e, obviamente, acertando neles todos, quando o carro faz BONG!
BONG não costuma ser bom...
Mas a paisagem é tão bonita que vamos andar só mais um bocadinho. Vamos ali para aquela zona onde a estrada ainda é mais esburacada. Ali é que se deve estar bem!
Mas minutos antes, por acaso, decidimos sair do carro e caminhar um pouco. Ora portanto, o carro faz BONG, decidimos qual a paragem seguinte, mas antes de irmos de encontro ao nosso destino, caminhamos um pouco.
Quando regressamos ao carro, eu fico do lado do condutor.
Mais problemas.
Chegamos ao nosso destino e o pneu está completamente em baixo. Como se se tivesse rendido. Desistiu. Decidiu que aqueles seriam os seus últimos buracos. Não consigo não sentir alguma compaixão...
"Mas vá lá Ana... O que é que isso interessa?" Perguntam vocês.
Interessa porque quando descobrimos o pneu furado, era eu que estava ao volante!
Logo, a menina mais nova da casa e que tem a carta há bem menos tempo é que estava a conduzir. Mas terá sido mesmo comigo que o dito furou?
Pois, lá está... Não interessa muito - pensei eu.
Mas a questão da culpa nem se meteu. Foi um acidente.
Algumas horas depois, com um pneu suplente, outro a começar a queixar-se e algumas dezenas de picadelas de mosquitos, lá conseguimos regressar a casa. As almôndegas ficaram impecáveis e a D. Edna nem fez muitas perguntas.
Tudo está bem quando acaba bem.
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